Trabalhos 2016

Escola S/3 de Santa Maria da Feira (Santa Maria da Feira)

Escalão 2 - escolas de outros níveis de ensino a partir do 2º ciclo (inclusive)

Fotografias:

O nosso abacango começou por ganhar forma...
A nossa tarefa foi-se concretizando...
E eis o produto final: um abacango - abacate por fora e morango por dentro!

Memória Descritiva:

Abacango
3 de Agosto de 1951 Compalândia
Eu, doutor António Almeida, 44 anos, Sesimbra. Pai de Duarte Almeida, doente há dois anos, sintomas: perda de apetite, manchas no corpo, especialmente quando exposto ao sol, falta de ânimo e incapacidade de sonhar.
Os sintomas do meu filho continuam a piorar e eu ainda não descobri a cura para a sua doença. As minhas experiências não passam disso mesmo, de experiências. Continuo a combinar plantas medicinais que encontro nos meus livros, mas nada resulta. Estou a começar a perder a esperança.
Continuo sem encontrar um alimento que o faça levantar da cama, nem um chocolate o faz reagir. Tenho de continuar a tentar. Não posso desistir, o meu filho significa o mundo para mim.
6 de Fevereiro de 1952 Compalândia
Estou completamente perdido. O meu laboratório explodiu na semana passada e não há forma de o recuperar. Sobraram apenas algumas sementes que se misturaram todas e, por isso, nem essas podem ser aproveitadas. Não sei o que fazer. Acho que perdi de vez o meu filho. Não consigo avistar a luz ao fundo do túnel. Alguém que acenda uma lanterna, por favor!
17 de Abril de 1952 Compalândia
É um milagre!!! Depois daquela terrivel explosão, e de todas as sementes se terem misturado, sucedeu-se algo milagroso. Começou, com um feijoeiro, a aparecer no meio das cinzas, um rebento muito verde. Do início não lhe dei muita importância, achei que fosse uma erva daninha, mas, à medida que ela foi crescendo, percebi pelas folhas que era algo que eu nunca vira. Não o arranquei logo e ainda bem!!! Nasceram frutos em direcção ao quarto do Duarte, será um sinal? Fui descobrir!
Extraí um fruto parecido com um que tinha na página 238 do livro “As grandes frutas da vida”. Levei-o para a cozinha e comecei a investiga-lo. À primeira vista, parecia um abacate. Era esverdeado, tinha a forma da bola do Duarte, e era inodoro. Por dentro, continha um morango, como se fosse o coração do fruto (e da vida, quem sabe?).
Mas tudo mudou. Quando o abri, uma explosão de aromas inundou aquele compartimento. Aconteceu um milagre! O Duarte seduzido pelo cheiro veio ter comigo, e isso já não acontecia desde que ele adoeceu. Pediu-me um pouco daquele fruto misterioso. Hesitei, mas devido à sua insistência, cedi. Acreditem, ou não, as manchas começaram a brilhar (estaria perante magia, ou seria uma ilusão?). Já não o via a comer desta maneira, há muito tempo. O meu Duarte está de volta! Este fruto é a fonte de vida! O meu filho está finalmente melhor, encontrei a solução. Este é um caso nítido de que há males que vêm por bem.
23 de Maio de 1952
O meu Duarte já joga à bola, e eu recuperei com urgência o meu laboratório. Tenho estudado o meu novo feijoeiro: abacangueiro. Descobri muitas coisas: é doce, é tenro, sumarento e nutritivo.
Perante o milagre que aconteceu nesta cidade, estou apto a afirmar, que entre muitas outras coisas, como por exemplo, gripes, constipações, pneumonias, problemas de pele ou capilares; este fruto, cujo nome atribuí de abacango, devolve a capacidade de sonhar. E enquanto há sonho, há esperança, e a minha nunca irá acabar!
Para construir este fruto utilizaram-se colas, tinta verde, papel absorvente, pano vermelho, marcador preto, embalagens Compal e muita criatividade por parte dos alunos da turma do 12º C - Biologia.